Ontem, 17 de outubro, na sede da UGT, as Centrais Sindicais (CTB, CUT, UGT, CSB, NCST e Força Sindical) se reuniram com o secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho e membros do Grupo de Altos Estudos do Trabalho (Gaet) e apresentaram uma pauta unitária das entidades representantes dos trabalhadores.
As centrais apresentaram a “Agenda prioritária da classe trabalhadora – democracia, soberania e desenvolvimento com justiça social: trabalho e emprego no Brasil”, pauta essa que foi desenvolvida em 2018 e agora atualizada em conjunto com o Dieese. Confira o documento aqui.
“Nós levamos uma pauta unitário dos trabalhadores, que é uma pauta de desenvolvimento e geração de emprego, mostrando caminhos para o desenvolvimento”, falou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Além das pautas para o desenvolvimento e geração de emprego, a reforma sindical foi tema de discussão entre os representantes, já que o Gaet tem um grupo que estuda sobre a liberdade sindical.
A dita reforma sindical que tem dois projetos no Congresso Nacional, um que acaba com a unicidade sindical e outro que quer manter a unicidade e que criou um desconforto entre as centrais já começa a mudar o rumo. O presidente da CUT, Sérgio Nobre em entrevista ao Jornal Valor Econômico disse que esse não é momento de discussão da reforma sindical. Quem corrobora com essa informação é o presidente da UGT, Ricardo Patah: “A Reforma Sindical não é prioridade do nosso país.”
Patah lembra da reforma trabalhista que prometeu gerar dois milhões de empregos, defendido na época pelo Rogério Marinho, e que não deu certo e acabou gerando milhões de pessoas trabalhando na informalidade.
“A necessidade de reformas no Brasil é a administrativa, tributária e uma política industrial e outras questões que podem gerar emprego e o crescimento econômico, mas parece que não é isso que querem fazer, mas não tenha dúvida que sendo colocado, o movimento sindical vai debater e discutir”, declarou Patah.
Governo federal
O secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, esteve na reunião e comentou que é positiva o governo abrir para o diálogo com os representantes dos trabalhadores.
“Nós estamos cumprindo o nosso papel de governo de nos abrirmos para a sociedade e que eles possam contribuir com sugestões e subsídios, com a visão que os sindicatos tem em relação a possibilidade de uma reforma sindical e nas mudanças do mercado de trabalho”, falou o secretário.
Quando questionado sobre uma possível mudança na estrutura sindical, Rogério Marinho falou que não será de forma unilateral que isso ocorrerá, “até porque isso é impossível que aconteça, pois está sendo alterado uma estrutura de mais de 70 anos do movimento sindical brasileiro, tanto da parte patronal e trabalhadores, por isso que o fato de estarmos aqui faz parte de um processo, não é possível acabar com a unidade sindical de uma forma abrupta.”
O Gaet tem até o final de outubro para produzir um documento e a partir daí começar as discussões para uma futura PEC. O prazo do Gaet pode ser prorrogado por mais 30 dias.
Fonte: Redação Mundo Sindical - Manoel Paulo - 18/10/2019
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